Eu sempre fui grande admiradora do trabalho das irmãs gêmeas e fotógrafas Kelly Ryden e Tracy Raver, especialistas em fotos de recém-nascidos. A prova da habilidade quase mágica em administrar o sono impossível é o livro Sleeping Beauties: Newborns in Dream-land (Belos Adormecidos-Recém-Nascidos no Mundo dos Sonhos) um apanhado de bebezinhos adormecidos em poses aparentemente impossíveis. A julgar pela fotos, perto de Kelly e Tracy não existem os dois bichos-papões do sono neonatal: a temida cólica e o refluxo... Quem tem um bebê novo em casa sabe exatamente o que estou dizendo. Pois diante das duas fotógrafas, bem alimentados, em ambiente suave, os recém-nascidos comportam-se como os perfeitos anjinhos que não são na vida real. A quem se admira diante da suprema serenidade das fotos, Kelley garante: todos estão dormindo mesmo, e fazem aquelas carinhas mesmo! "Conosco não tem choro. Cada sessão de foto de mais ou menos três horas se passa quase em silêncio, com sons e música suaves e fala baixinha. Quando acaba, os pais querem levar a gente para casa", brinca. Ambas Mães de filhos pequenos, as irmãs largaram o emprego (programadora de software e executiva de negócios) para se dedicar á fotografia de crianças em geral e, nos últimos três anos, só de bebês. Nesse processo, desenvolveram algumas técnicas infalíveis para acalmar até os mais escandalosos. Primeiro, pedem que os bebês sejam amamentados e vestidos com roupas confortáveis pouco antes de saírem de casa. Quando acomodados no carro dos pais, a viagem até o estúdio, localizado a vinte minutos do centro de Omaha, no Nebraska, bem no meião gelado nos Estados Unidos, já embala os recém-nascidos. Adormecidos eles entram num estúdio projetado para lembrar o ventre materno na sala onde as fotos são tiradas, a temperatura ambiente fica em torno de 30 graus e uma máquina reproduz som semelhante ao que escutavam dentro da barriga da mãe. O bebê ideal para ser fotografado tem entre 5 e 12 dias de vida, uma espécie de janela de oportunidade em que estão bem alimentados pelo leite materno abundante e antes das benditas cólicas, em geral desencadeadas com gritante força a partir da terceira semana. Fotos fora do estúdio, só em dias de temperatura amena, em locais isolados. Nessa fase, os bebês são muito maleáveis, como se vê pelas fotos com perninhas caprichosamente dobradas e bracinhos cruzados em torno do rosto. Mesmo assim, na maioria das situações, sobretudo pendurados, há sempre a mão providencial de uma das irmãs em algum ponto, segurando a pose (posteriormente é removida no computador). "Os bebês estão sempre na posição que se vê. Nada é forçado. Mas algumas poses precisam de mais ajuda e cuidado", conta Kelley. Mesmo com poucos dias de vida, é possível notar diferenças de temperamento, registra ela, e, sim, meninas dão mais trabalho que meninos. Kelly é tão calma que só de ouvir sua voz suave já começa a dar um soninho: "Quando se trabalha com bebês, é preciso saber transmitir tranquilidade. Pessoas passam isso para o recém-nascido". Por isso mesmo o Pais podem assistir ás fotos, mas... bem de longe e sem interferir. A estratégia vem dando certo: cada sessão de fotos das irmãs custa 1700 dólares e a agenda está lotada para os próximos meses. Que pai ou mãe resiste ao ver seu bebezinho embalado em sono angelical. nem que seja só na fotografia...
OBS- Aproveitando a deixa eu tenho uma grande amiga "Mariana du Bois", que trabalha com Retratismo Infantil... de família, de gestantes e de afeto. Info pelo site: http://www.ladobosque.com.br/. Vale a pena conferir!!!
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