Ninguém, com um mínimo de conhecimento de administração, pode achar que uma organização com 40 pessoas subordinadas a uma só possa ser eficiente
Como acompanhar, supervisionar, controlar e despachar com 40 pessoas? Nenhum presidente de empresa, ou nenhum chefe de organização de qualquer tipo lida diretamente com 40 pessoas.
Os dados podem não ser muito precisos, mas nossa vizinha Argentina tem 15 ministros. O Chile tem 20. A Índia tem 13. Estados Unidos, França e Alemanha têm 15 ministros. E o Brasil tem 39 ministros, caminhando para 40.
É impossível a um ou a uma presidente tratar igualmente 40 ministros. Se fosse despachar com cada um por uma hora por semana, precisaria de 40 horas: cinco dias com jornada de oito horas. Alguns países parlamentaristas têm vice-primeiros-ministros que supervisionam o trabalho de ministros de uma mesma área, descentralizando as responsabilidades. Não é o caso do Brasil, pois aqui o ministro que pode fazer esse papel é o chefe da Casa Civil, que também é um só.
Brasil - População: 195 milhões - PIB: 2,3 trilhões - Ministros: 39 |
É óbvio que vários ministérios poderiam ser fundidos e alguns poderiam desaparecer sem que ninguém – a não ser algumas corporações neles interessadas – sentisse falta. Com menos ministérios, a presidente poderia acompanhar mais de perto as atividades de seus primeiro auxiliares, conversar mais com eles.
Estados Unidos - População: 310 milhões - PIB: 15 trilhões - Ministros: 15 |
Por que, então, isso não acontece? Porque é preciso dar ministérios a aliados, oferecer a gestão de verbas públicas e prestígio a políticos, atender às reivindicações dos partidos políticos. Práticas nocivas que são apresentadas como normais, próprias de uma democracia.
A questão, pois, é que existem ministros de primeiro time e ministros de segunda categoria, ministros com prestígio e ministros sem prestígio. Com 40 ministros, não há como ser diferente. A questão é que nenhum país do mundo precisa de tantos ministros. [Brasil247]
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